Coração em ritmo de samba exige cuidados no Carnaval

Notícia publicada em 6 de março de 2019

“Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu”, alerta com lucidez a música de Caetano Veloso. Por isso, mantenha-se vivo neste Carnaval, protegendo o coração, observa a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp).

Ninguém lembra muito dele, mas o coração é um músculo muito exigido durante o Carnaval. Os foliões costumam pular, dançar, desfilar em escolas de samba, comemorar em clubes, participar de blocos ou ir atrás do trio elétricos. Na empolgação, acabam não percebendo que estão ultrapassando seus limites físicos.

Por isso, é preciso adotar alguns cuidados para evitar problemas cardiovasculares e o fim precoce da festa, principalmente se a pessoa for sedentária e estiver com preparo físico inadequado. Todo esforço físico eleva o ritmo dos batimentos cardíacos, pois o coração precisa bombear mais sangue para atender ao maior consumo de oxigênio do organismo e dos pulmões. A elevação abrupta da pulsação e acima de determinados limites, principalmente se a pessoa não estiver bem condicionada, pode provocar parada cardiorrespiratória ou um infarto do miocárdio, com alto risco de morte.

No Carnaval, como em qualquer ocasião, o consumo elevado de álcool é outro inimigo do coração. Mais ainda quando associado à redução dos períodos de repouso e sono e do esforço físico inadequado. Trata-se de uma combinação que representa alto risco para a ocorrência de problemas cardíacos.

Mistura ainda mais contundente é do álcool com energéticos. Os ingredientes deste (cafeína e taurina concentradas) podem estimular receptores responsáveis pela vasodilatação coronária e periférica e causar acentuada arritmia. “O consumo dessas bebidas também pode causar náuseas e vômitos, tremores, transpiração fria, aumento da frequência cardíaca, agitação psicomotora, desmaio, alterações de pressão arterial e arritmias”, explica o médico José Francisco Kerr Saraiva, presidente da Socesp.

“Todos devem ter cuidado para evitar problemas cardíacos no Carnaval, respeitando seus limites e evitando excessos de esforço e consumo de álcool e energéticos”, salienta Dr. José Francisco, acrescentando: “A precaução deve ser mais enfatizada para as pessoas que apresentam fatores de risco, como obesidade, diabetes, sedentarismo, hipertensão, estresse, tabagismo, má alimentação, depressão e ansiedade”.

Salvando vidas

É possível salvar uma vida neste Carnaval caso se depare com uma pessoa que tenha uma parada cardiorrespiratória. Medida importante é realizar a massagem torácica, enquanto o socorro médico não chega. Tal providência, feita de imediato ao se constatar o problema, aumenta em até quatro vezes as chances de sobrevivência de alguém que tenha um quadro de parada cardíaca.

Ao perceber que alguém desmaie, deve-se verificar instantaneamente se está respirando e/ou tem pulso. Assim, se necessário, é preciso realizar de imediato a massagem torácica, acionando também o socorro médico. A Socesp mantém um programa permanente de treinamento periódico de estudantes e da população em geral para a realização desse procedimento de maneira correta




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