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Especialistas esclarecem dúvidas sobre os principais cuidados para pacientes oncológicos em meio a pandemia

Grupo de risco precisa de atenção especial, mas as recomendações principais continuam as mesmas: isolamento e higienização das mãos As...

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Grupo de risco precisa de atenção especial, mas as recomendações principais continuam as mesmas: isolamento e higienização das mãos

As notícias em relação à pandemia do novo coronavírus, o Covid-19, que determinou um verdadeiro fechamento geral sem precedentes pelo mundo, têm confundido e assustado a população. Não há motivo para pânico, afirmam especialistas, mas toda cautela é necessária. Especialmente entre os grupos de risco, que representam a maioria entre as vítimas fatais da doença, que já chegam a 10 mil em todo o planeta.

Além de idosos, hipertensos e diabéticos, imunodeficientes e pessoas com imunossupressão também estão entre eles. E pacientes oncológicos podem ser incluídos nesse último grupo, dependendo do estágio e tipo de tratamento, segundo o oncologista clínico Carlos Gil, do Grupo Oncoclínicas. Para estas pessoas, afirma ele, o cuidado de prevenção precisa ser redobrado e o contato constante com o oncologista ou hematologista responsável pelo tratamento é fundamental.

“O paciente oncológico precisa consultar o seu médico, pois só ele saberá qual o estágio e as condições do tratamento e qual o nível de exposição e cuidados é preciso ter. Em geral, o tratamento de combate ao câncer não será interrompido e, mesmo que haja a interrupção por algumas semanas, ela não afetará o prognóstico final ou sucesso do tratamento”, diz Gil.

“O paciente oncológico precisa consultar o seu médico, pois só ele saberá qual o estágio e as condições do tratamento e qual o nível de exposição e cuidados é preciso ter. Em geral, o tratamento de combate ao câncer não será interrompido e, mesmo que haja a interrupção por algumas semanas, ela não afetará o prognóstico final ou sucesso do tratamento”, diz Gil.

A infectologista Tatiana Fiscina de Santana, também do Grupo Oncoclínicas, reforça ainda a importância, independentemente da condição de saúde, da população em geral seguir as recomendações que vêm sendo adotadas em todo o mundo: lavagem frequente de mãos, com água e sabão, e isolamento social.

“Essa é a única forma que sabemos que comprovadamente vai conseguir frear a transmissão do vírus. Precisamos tomar essa responsabilidade para nós e evitar o máximo de contato social possível e lavagem frequente das mãos. A recomendação é para todos. É claro que pessoas que passam por tratamento oncológico precisam redobrar a atenção, evitar ainda mais fortemente o contato com outras pessoas. Mas essas são as melhores ações que todos podem tomar”, afirma a médica. Separamos as principais recomendações dos especialistas em relação aos cuidados e precauções para pacientes oncológicos.

Quem tem câncer está necessariamente no grupo de risco?

Não necessariamente, diz o Dr. Carlos Gil. Segundo ele, é preciso diferenciar quem está ativo no tratamento, ou seja, passando por sessões de quimio, radio ou imunoterapia, que estão, de fato, no grupo de risco, por estarem temporariamente imunossuprimidos, de quem está inativo, na fase de acompanhamento. Esses não estão no grupo de risco.

“Essa é a avaliação de maneira geral. Mas cada caso precisa ser discutido junto com médico responsável pelo tratamento da pessoa, pois há exceções e particularidades. Na crise do corona, os pacientes oncológicos precisam ter suas questões individualizadas”. Os grupos de maior risco, dentro do escopo dos pacientes oncológicos, são aqueles recém transplantados e os que fazem uso de medicamentos imunossupressores, como corticóide, afirma o médico.

Quem está no grupo de risco, como dito pelos especialistas, precisa reforçar aquelas medidas que já são para toda a população, com a lavagem frequente de mãos e o isolamento social. “Mas higienizar objetos pessoais e superfícies da casa com água sanitária, como maçanetas, mesas, controles remotos, por exemplo, além de evitar o compartilhamento de utensílios domésticos, são algumas cautelas extras que devem ser tomadas”, reforça a Dra. Tatiana.

Quais as cautelas para os acompanhantes?

Acompanhantes também precisam ter mais cautela que o normal, já que estarão em contato com pacientes de risco durante o seu trabalho, diz a infectologista. “O ideal aqui é que ele faça o isolamento social junto com o paciente e utilize aparatos como luva e máscaras durante o ofício. Além, é claro, da higiene frequente das mãos”, reforça.

Os que não podem fazer o isolamento social junto com o paciente oncológico devem evitar horários de pico em transportes públicos e, claro, manter todas as recomendações também quando estiver fora do trabalho. “Em caso de qualquer sintoma, ele deve se ausentar e fazer a quarentena”, diz a Dra. Tatiana.

O uso de máscara previne a contaminação?

Não. Os especialistas e o Ministério da Saúde são unânimes nesse ponto. A máscara só deve ser usada por quem apresente sintomas para evitar que contamine os demais. Alguns profissionais também são aconselhados a fazer o seu uso.

Paciente oncológicos devem tomar a vacina da gripe?

Em geral, sim, afirma o Dr. Carlos Gil. “Novamente, é necessário conversar com o seu médico, pois a vacina vai ser distribuída em locais com alguma aglomeração de gente. Quem está passando por tratamento fica mais vulnerável, mas a recomendação é de tomar a vacina, que passará a ser distribuída novamente nos postos de saúde a partir da semana que vem”.

A orientação geral é para que se evite filas e reunião com muitas pessoas, ou seja: o ideal é ir fora dos horários de pico. “E, caso outras pessoas estejam presentes, manter distância de 1,5 metros um do outro e evitar contato físico com superfícies. De qualquer forma, antes e depois, sempre lavar as mãos”, reforça a Dra. Tatiana.

Quem tem cirurgia oncológica marcada precisa adiá-la?

Depende, comenta o Dr. Carlos Gil. “Cirurgias que não são essenciais e que não vão atrapalhar a evolução do tratamento devem ser adiadas, para que os pacientes não fiquem no hospital, local de mais fácil contaminação”, comenta. A decisão deve ser feita, reforça ele, pelo médico que já acompanha o tratamento.

É preciso evitar os ambulatórios que fazem quimioterapia?

Na maioria dos casos, o tratamento não será interrompido. Os ambulatórios responsáveis pela quimioterapia devem se preparar para receber esses pacientes, tomando todas as precauções possíveis de higienização e evitando conglomerações de pessoas, além da orientação dos seus funcionários, aparamentando-os com luvas e máscaras, por exemplo.

Caso haja confirmação do diagnóstico de coronavírus, o que é feito?

Com a confirmação do diagnóstico no paciente oncológico, o tratamento em geral será suspenso até a evolução do quadro, independente do paciente estar assintomático. Se os sintomas do corona estiverem ativos, ele deve ficar em absoluto isolamento. Em nenhum caso, ele poderá receber medicamentos imunossupressores até se recuperar do vírus. “O médico que acompanha o seu caso irá definir o momento ideal em que o tratamento deverá ser retomado. Em geral, após a recuperação completa”, afirma o Dr. Carlos Gil.

Pacientes em tratamento não devem ir a emergências.

O paciente oncológico que apresentar sintomas não deverá ir imediatamente para emergências. “Ele deve primeiro contactar o seu médico, para saber a necessidade real de ir nesses ambientes, já que eles são lugares potencialmente contaminadores dessa e de outras doenças”, afirma o oncologista.

Aliás, a recomendação é para todos que apresentem sintomas leves. “Não devemos sobrecarregar o sistema: as pessoas só devem ir às unidades de saúde se apresentarem sintomas mais graves, como falta de ar e cansaço extremo”, aponta Tatiana.

Remédios contra coronavírus apenas com prescrição médica.

Muitas pessoas têm buscado a hidroxicloroquina, remédio anti malária e para outras doenças, depois que estudos foram aprovados pelo FDA (equivalente a Anvisa brasileira) nos Estados Unidos. Especialistas e o Ministério da Saúde desaconselham a sua utilização e fazem apelo para que as pessoas não comprem a medicação, já que doentes crônicos necessitam da droga e têm tido dificuldade de encontrá-las no mercado.

“Qualquer automedicação é potencialmente perigosa e não existem, até o momento, remédios que previnem ou curem o coronavírus, nem vacinas. Só realizem tratamentos sob orientação médica. Não há motivo para pânico, mas cautela e conscientização. Essa é uma crise que, eventualmente, vai passar. Precisamos apenas assumir nosso papel para acelerar e minimizar os efeitos. Há esperança”, reforça o Dr. Carlos Gil.

Para mais informações, acesse: http://www.grupooncoclinicas.com/noticias/corona-virus/

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