Coordenadora do curso de Odontologia da Anhanguera destaca hábitos que podem diminuir as chances de desenvolver o transtorno
No Brasil, quase metade da população é afetada pelo bruxismo. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, 40% dos brasileiros possuem o hábito de apertar, deslizar ou ranger os dentes durante o sono de modo involuntário. O transtorno pode causar dores de cabeça, incômodos e zumbidos no ouvido, desgaste e amolecimento dental e, em casos graves, problemas nas gengivas, nos ossos e na articulação da mandíbula (ATM).
De acordo com a coordenadora do curso de Odontologia da Faculdade Anhanguera, professora Miriane Carneiro Machado Salgado, essa desordem funcional é provocada pela ansiedade, estresse ou por fatores genéticos. “Questões emocionais e comportamentos adquiridos em situações tensas devem ser observados a fim de evitar que o indivíduo desenvolva problemas na saúde bucal”, ressalta. “As causas devem ser investigadas com um profissional”, pontua.
Segundo a dentista, muitas pessoas convivem com o transtorno sem ter ciência do problema, uma vez que a compressão exagerada dos dentes acontece enquanto dormem. A disfunção pode levar à problemas de desgaste dentário, fratura de restaurações e/ou dentes, consequentemente, afetar os nervos e a polpa dentária. Os portadores sentem dores musculares, alterações no sono e estalos ao abrir e fechar a boca.
A análise clínica e exames como a ressonância magnética da ATM e a polissonografia são capazes de avaliar o grau do distúrbio. Alguns hábitos podem diminuir ou aumentar o risco de crises de bruxismo e a docente destaca cinco recomendações que podem ser aplicadas no dia a dia:
Alimentação. O consumo exagerado de frutas cítricas, cafeína e refrigerantes pode gerar o acúmulo de resíduos ácidos na boca, o que irá provocar erosão dentária e agravar a condição. Incluir vegetais na dieta auxilia no equilíbrio da saúde bucal.
Mastigação. Mascar chicletes, roer unhas ou mordiscar constantemente objetos duros, como a ponta de lápis e canetas, pode gerar um padrão compulsivo no indivíduo e causar o transtorno.
Qualidade do sono. Não é recomendado dormir com luzes acesas ou com a televisão ligada. Para um repouso profundo, é indicado não interagir com telas (celulares e tablets), pelo menos, por uma hora antes de adormecer.
Autocuidado. Exercícios físicos e terapias psicológicas auxiliam a diminuir a tensão e estresse do dia a dia, que pode provocar o bruxismo. Incluir atividades prazerosas na rotina irá diminuir a probabilidade de crises.
Consulta com dentista. Visitas periódicas ao dentista são importantes para a saúde bucal e um profissional qualificado poderá avaliar tratamentos para solucionar o problema, além de indicar ou não o uso da placa interoclusal para proteger os dentes ao dormir.
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