Certificação reconhece boas práticas no combate à violência contra mulheres
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP) acaba de se tornar o primeiro conselho profissional do país e a segunda organização no Brasil a receber o selo bronze de Certificação em Boas Práticas no Combate à Violência Contra as Mulheres – Prática Recomendada (PR) 1019. O reconhecimento, concedido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em parceria com o Instituto Nós Por Elas (NPE), evidencia o engajamento pela garantia dos direitos femininos e a segurança das mulheres em qualquer situação.
O certificado demonstra, publicamente, o compromisso com a erradicação da violência contra as mulheres, atestando quando uma empresa está alinhada com as melhores práticas de prevenção. Para a autarquia, significa um marco que reflete sua liderança na promoção de ambientes mais equitativos tanto dentro como fora do Conselho, já que, ao incorporar políticas eficazes e ações estruturadas para colaboradores e profissionais, o Crea-SP fortalece seu papel na sociedade.
“É extremamente significativo o nosso pioneirismo nesta conquista. Nossas ações criam um legado, estabelecendo um exemplo relevante que pode inspirar outras instituições, sejam públicas ou privadas, a adotar medidas semelhantes, ampliando o alcance de ações preventivas e de conscientização em prol das mulheres. Este é apenas o começo de um movimento maior, que esperamos que muitos outros sigam, contribuindo para a construção de um ambiente mais justo e igualitário”, destaca a engenheira Lígia Mackey.
O selo é alcançado no momento em que o Crea-SP, pela primeira vez em 90 anos, é liderado por duas mulheres, com a presidente Lígia e a sua vice, a engenheira agrônoma Marilia Gregolin. Porém, a missão de potencializar a inserção feminina no Sistema Confea/Crea e Mútua e no mercado de trabalho não é recente. Desde 2019, o Conselho tem atuado alinhado à pauta ao se tornar signatário dos Pacto Global pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Em 2021, implementou o Comitê Gestor do Programa Mulher, desenvolvido para estimular a presença de mais mulheres na área tecnológica e no Sistema.
Para obter a certificação, foi preciso atender a uma série de critérios específicos. Um dos requisitos foi a assinatura de um Termo de Compromisso, formalizado durante sessão plenária de agosto de 2024. O documento oficializa a responsabilidade na promoção de direitos e no combate à violência contra as mulheres.
Outro indicador obrigatório foi a realização de ao menos duas ações educacionais sobre o tema. O Crea-SP apresentou três: duas capacitações e uma edição do Talks – idealizado para receber palestras curtas e multidisciplinares com foco em impacto social positivo – que tratou sobre segurança nos ambientes de trabalho.
As palestras abordaram, de forma inédita, o tema de respeito e ética no âmbito corporativo, com público diversificado, dos conselheiros às equipes de Atendimento do Conselho e, ainda, as entidades de classe. Formas de assédio, meios de denúncia, impactos físicos e psicológicos para as vítimas, e a tipificação de casos que envolvem comportamentos que violam a dignidade humana, estiveram entre os assuntos tratados, além das diferentes percepções do assédio e a importância do apoio e das estratégias de prevenção para proteger as pessoas afetadas. O conteúdo também foi disponibilizado na plataforma de ensino do Crea-SP Capacita.
Por último, a autarquia demonstrou que utilizou seus meios de comunicação proprietários para divulgar conteúdos de conscientização. “Cada passo que damos está em sintonia com as nossas metas institucionais e também com os ODS da Organização das Nações Unidas (ONU), que orientam nossas ações para a construção de uma sociedade mais justa”, enfatiza a engenheira Marci Alves, coordenadora do Comitê Gestor do Programa Mulher do Crea-SP.
O Crea-SP tem reforçado seu compromisso com a agenda de equidade em diversas frentes, como a Cartilha de Orientação para combate aos assédios moral e sexual e à discriminação e o canal de denúncias anônimo. Essas ações, desenvolvidas em parceria com a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio (CIPA), são fundamentais para promover uma cultura de respeito. Com base nesses e outros projetos, a autarquia segue avançando em sua busca pelos demais selos (prata, ouro e platina), que refletem seu contínuo empenho em fortalecer práticas de equidade.
Instituições interessadas em também obter a certificação devem preencher o formulário da ABNT, disponível no site, para uma avaliação preliminar. O link inclui ainda um manual explicativo sobre todos os requisitos.
