André Naves critica os atos antidemocráticos, racistas, nazistas e misóginos que vêm ocorrendo em escolas do país após a eleição presidencial
O defensor público federal André Naves, especialista em Direitos Humanos e Sociais, está indignado com a ocorrência de atos extremistas envolvendo estudantes de escolas particulares do Paraná e de São Paulo, que extrapolam o direito de livre manifestação previsto na Constituição Federal. De acordo com notícias veiculadas na mídia, estudantes do Colégio Marista Santa Maria, de Curitiba, hostilizaram um pequeno grupo de alunos que carregava uma bandeira do Partido dos Trabalhadores durante o intervalo letivo, na manhã da última segunda-feira (31), dia seguinte ao resultado da eleição presidencial. Depois, esses mesmos estudantes criaram grupos nas redes sociais, onde vêm ofendendo os colegas que têm posicionamentos políticos diferentes; e também os nordestinos, que deram maioria de votos ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Caso semelhante ocorreu no Colégio Visconde de Porto Seguro, em Valinhos, no interior paulista. Insatisfeitos com o resultado da eleição, cerca de trinta alunos adolescentes criaram, no último domingo, 31, um grupo no WhatsApp chamado “Fundação Antipetismo”. O grupo compartilhou mensagens de ódio contra petistas, negros, nordestinos e mulheres, além de fazer apologia ao nazismo, principalmente com o envio de stickers (figurinhas) de Adolf Hitler. De acordo com a imprensa, um dos integrantes do grupo chegou a defender uma “Fundação Pró-Reescravização do Nordeste” enquanto eles marcavam uma manifestação, que aconteceu presencialmente no colégio na última segunda-feira.
Para o defensor público André Naves, esse comportamento mostra a falência do sistema de educação no Brasil, que não é inclusivo. “Temos no ambiente escolar uma pluralidade de alunos, com os mais diversos perfis, com suas capacidades e diversidades. Quando eles não encontram um ambiente de respeito e de igualdade na escola, surgem esses grupos sectários e extremistas, que vão resultar na formação de indivíduos que fortalecem o confronto e a polarização, tão perigosos para nossa sociedade”, frisa o defensor.
Naves defende que as escolas adotem uma posição firme de respeito pela democracia e ajam com rigor, mostrando a esses estudantes, que estão formando suas personalidades, que essa polarização é nefasta para o país.
“A melhor forma de se mostrar a importância do respeito à opinião do outro é promovendo a pluralidade e a diversidade, criando ambientes absolutamente inclusivos e democráticos. Os novos paradigmas da educação são as soft skills – habilidades e competências relacionadas ao comportamento humano – e o STEAM (Sciences, Tecnologies, Engineering, Arts e Mathmatics) – movimento que propõe um ensino baseado em quatro disciplinas específicas: ciências, tecnologia, humanidades, artes, filosofia e matemática, integradas em uma abordagem interdisciplinar inovadora que trabalha a competitividade, a crítica e a criatividade. Desta forma, é possível construir estruturais sociais mais inclusivas, mais justas, mais sustentáveis. As escolas precisam ter este olhar pedagógico e não agir apenas divulgando notas de repúdio a ações ou comentários extremistas ou racistas, quando casos assim acontecem. As escolas precisam com urgência assumir sua responsabilidade na educação desses jovens!”, conclui André Naves.
Assessoria de imprensa do Defensor Público André Naves
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