Treze pessoas morreram e outras treze continuam desaparecidas. PM, Bombeiros e Defesa Civil continuam na cidade.
O governador Geraldo Alckminx homologou, nesta quarta-feira (15), o estado de calamidade pública em Itaóca, cidade do Alto Ribeira que foi vítima de uma forte enchente. Até a manhã desta quinta-feira (16), 13 pessoas morreram, 13 estão desaparecidas e mais de 340 estão sem moradia por causa do temporal.
O decreto do governador homologou a situação, que já havia sido decretada pelo Prefeito de Itaóca, em decorrência das perdas humanas e materiais, ocasionadas pelas inundações que atingiram a cidade.
O secretário da Casa Militar e coordenador estadual de Defesa Civil Marco Aurélio, acompanhado de equipes da Defesa Civil Estadual, do Instituto Geológico, do Corpo de Bombeiros e do Grupo de Resgate e Atendimento a Urgências permanecem no município para auxiliar nas ações de socorro e assistência aos afetados, centralizadas no Posto de Comando Unificado localizado no Fundo Social de Itaóca.
A Defesa Civil do Estado de São Paulo divulgou, por volta das 18h40 desta quarta-feira (15), que o número de mortos em decorrência das chuvas em Itaóca, no interior de São Paulo, subiu para 13. O corpo de um menino de 4 anos foi localizado no bairro Guarda-Mão. Ainda segundo a Defesa Civil, pelo menos 13 pessoas permanecem desaparecidas.
A cidade de Itaóca foi atingida por um forte temporal, que começou na noite de domingo (12) e continuou durante a madrugada de segunda-feira (13). A Defesa Civil trabalha na cidade com a ajuda do Corpo de Bombeiros para tentar chegar a áreas que permanecem isoladas. Apiaí, município vizinho de Itaóca, também foi atingido pela tempestade. Não há registro de mortes, mas 50 moradias ficaram inundadas. Os moradores de Apiaí já voltaram para casa. O governador Geraldo Alckmin passou a noite na região acompanhando o trabalho das equipes e destacou que o mais importante nos trabalhos era salvar vidas.
Uma força tarefa do Corpo de Bombeiros foi enviada para a cidade de Itaóca. No total, cinco viaturas, quatro cães farejadores e 15 homens foram deslocados para auxiliar no atendimento a feridos e nas buscas por desaparecidos. O Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) disponibilizou maquinário para limpeza da região. Já o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) auxilia nos trabalhos de reconstrução da cidade, com a doação de uma pá carregadeira e dois caminhões para retirada de escombros.
O governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, chegou ao Alto Ribeira na tarde desta segunda-feira. Ele visitou as áreas afetadas pela chuva e decidiu dormir na região para acompanhar os trabalhos de resgate nesta terça-feira. “A situação é de calamidade pública, extremamente grave. A tromba d’água afetou diversas áreas e ainda causou deslizamentos.”
Alckmin lembrou que outras cidades do estado de São Paulo, como São Luiz do Paraitinga e Cunha, também foram atingidas e destruídas por fortes chuvas em outros anos. Depois da situação de calamidade pública, foram colocados sensores nas cidades que avisam quando o rio está começando a subir. Segundo o governador, esse tipo de medida pode ser implantada também no Vale do Ribeira. “Talvez seja possível. O chefe da Defesa Civil está estudando a situação. O ideal seria a construção de uma barragem para regularizar a bacia do Rio Ribeira. Há questões ambientais e está na Justiça. Agora é preciso dar todo apoio humanitário, salvar vidas, ajudar as famílias e depois ajudar a cidade, que é uma cidade carente. É uma região bastante montanhosa”, afirma o governador.
Destruição
A cidade de Itaóca, que possui 3.332 habitantes, ficou parcialmente destruída por causa do temporal. Várias pontes e ligações viárias foram danificadas por causa das cheias. Segundo a Defesa Civil, o Rio Palmital subiu mais de cinco metros e causou a inundação de mais de 100 casas. Além disso, o município ficou durante várias horas sem fornecimento de energia elétrica e água. A luz voltou ao município no início da tarde de segunda-feira.
Em entrevista a imprensa, o chefe de gabinete da prefeitura, João Belisário, afirmou que o prefeito Rafael Rodrigues Camargo (PSD) decretou estado de calamidade pública ainda na segunda-feira para garantir ajuda do Estado. “A situação é crítica. Há muitos mortos e várias pessoas desaparecidas. Estamos trabalhando na reconstrução do município. Ainda não conseguimos calcular o prejuízo”, disse.
Prefeito lamenta situação
O prefeito Rafael Camargo conversou com a equipe do G1 nesta segunda-feira (13) e afirmou estar em ‘estado de choque’ com a situação da cidade. “Eu nunca vi isso nem em filme. A situação chega a ser desesperadora. Fico imaginando as consequências que a população está enfrentando. A maioria da cidade está em choque. Perdemos muitos amigos que convivíamos no dia a dia”, disse.
Fonte G1