Para redação Via Mão.
A pandemia de COVID-19 é uma realidade mundial com mais de 400 mil casos no mundo e quase 19 mil óbitos. No momento, o Brasil está em fase de franca ascensão no número de casos em todos os seus estados. A Associação de Medicina Intensiva Brasileira, que representa os profissionais intensivistas que estão na beira de leito na assistência dos casos graves de coronavírus, vem a público manifestar sua preocupação com relação à dificuldade de atendimento a esses pacientes.
Em nosso país, os leitos de UTI são insuficientes para a demanda de uma pandemia e, ainda mais preocupante, apresentam-se distribuídos de forma irregular, deixando grande parte da população nacional sem a menor chance de ter acesso à assistência devida. A única alternativa para EVITAR O COLAPSO DO SISTEMA HOSPITALAR, possibilitando a assistência para quem dela necessitar, é o ISOLAMENTO SOCIAL e esta é a nossa recomendação para este momento.
A sociedade civil tem cumprido seu papel de forma responsável. São inúmeras as doações e iniciativas privadas de produção caseira para ajudar no que é possível, bem como a adesão ao isolamento social, recomendado de forma responsável pelo Ministério da Saúde.
Os profissionais de saúde têm se apresentado de maneira destemida e emocionante, muitos saindo de suas residências, abandonando suas próprias famílias e se propondo a trabalhar extensas horas, sem as devidas condições de trabalho, colocando em risco a própria vida em prol de todos. Em grande parte, isso se deu pela credibilidade e ações responsáveis conduzidas pelo Ministério da Saúde e orientações do Conselho Federal de Medicina até agora.
Dessa forma, assistimos com bastante preocupação o pronunciamento do Presidente da República ontem.
Para nós, não é possível fechar os olhos para a gravidade da pandemia COVID 19, assim como, não é possível isolar apenas os pacientes classificados como grupo de risco e conseguir evitar o colapso do sistema de saúde. Proteger idosos e demais grupos de risco sem isolamento social, em especial, nos meios mais carentes de nosso país, não é uma alternativa factível. Além disso, é nosso dever informar que, uma grande parte de nossos leitos de UTI já está sendo consumido com esses pacientes e muitos deles têm idade inferior a 60 anos.
É inquestionável que se faz necessário medidas para evitar o colapso total da economia e essas medidas precisam ocorrer de forma responsável.
A AMIB, juntamente com outras Sociedades cientificas, certamente apoiarão as medidas dos governos no momento correto. Mas não é possível abandonar os mais vulneráveis e permitir que nossos profissionais de saúde conduzam sozinhos o colapso do sistema de saúde, pagando com suas próprias vidas. Não podemos colocar a vida de milhares de pessoas em risco, deixando-as entregues à própria sorte.
Evidências provenientes de análises de cientistas das áreas de ciências biológicas, econômicas, matemáticas e sociais deverão nos guiar, progressivamente, no caminho de volta às atividades normais. Para o momento, permanecemos com a recomendação clara e inequívoca: ISOLAMENTO SOCIAL.
Diretoria Executiva AMIB Conselho Consultivo AMIB
Dra. Suzana Lobo – Presidente Dr. Álvaro Réa-Neto
Dr. Ricardo Sidou – Vice-Presidente Dr. Ederlon Rezende
Dr. Antonio Falcão – Secretário Geral Dr. Fernando Suparregui Dias
Dr. Wilson de Oliveira Filho – Tesoureiro Dr. Idunalvo Diniz Filho
Dr. Hugo Urbano – Diretor Científico Dr. José Maria Costa Orlando
Dr. Marcelo Maia – Presidente Futuro Dr. José Mário Meira Teles
Dr. Ciro Mendes – Presidente Passado Dr. Luiz Alexandre A. Borges
Dr. Marcos Freitas Knibel
Dra. Mariza D’Agostino Dias
Dra. Mirella Oliveira
Dr. Renato Terzi