logo
Search

‘Um esforço contínuo’: diretor de políticas públicas do WhatsApp é ouvido na CPI dos golpes com pix

Pablo Bello apresentou mecanismos usados pela empresa para impedir a atuação de golpistas na plataforma; parlamentares ainda aprovaram requerimento que...

‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎

– Fotos: Marco A. Cardelino

Pablo Bello apresentou mecanismos usados pela empresa para impedir a atuação de golpistas na plataforma; parlamentares ainda aprovaram requerimento que prorroga trabalhos do Colegiado

Pablo Bello, diretor de Políticas Públicas do WhatsApp na América Latina, foi ouvido, nesta terça-feira (24), pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Alesp que apura golpes com pix e clonagem de cartões. O representante da empresa apresentou aos deputados e deputadas as ferramentas utilizadas pela plataforma de mensagens para combater a atuação de golpistas.

“Não é somente porque é um problema social que temos que enfrentar. Para o WhatsApp, é fundamental a confiança dos usuários. Se a sociedade não confia no aplicativo, a sociedade não vai usá-lo para fazer negócios, para compartilhar informações valiosas. Se as pessoas não têm confiança na plataforma, ela não tem mais valor ou sentido”, afirmou Pablo.

Além da apresentação, os parlamentares puderam fazer questionamentos ao diretor e aprovaram requerimento que prorroga os trabalhos da CPI por mais 60 dias, conforme previsto no Regimento da Casa.

‘É um esforço permanente’

Durante a reunião, Pablo Bello confessou que criminosos conseguem aplicar golpes pelo aplicativo, ao se passarem por outra pessoa, mas enfatizou que não é possível hackear, de fato, uma conta do WhatsApp.

Os golpistas usam dois caminhos principais para falsear um perfil na plataforma: copiando o nome e foto de alguém ou se apossando da conta da pessoa no Whatsapp, usando o código de confirmação que é enviado por SMS para ativação da conta. Passando-se por outra pessoa, os golpistas tentam tirar dinheiro de familiares e amigos através de mensagens.

Tendo em vista esse cenário, o diretor apresentou todos os mecanismos de segurança que o WhatsApp usa para combater esses golpes. Ele dividiu as ações da empresa em três pilares: ferramentas da plataforma de segurança e privacidade; combate proativo ao abuso; e campanhas de educação ao usuário.

Com relação às ferramentas próprias do aplicativo, ele deu ênfase ao código de confirmação e à verificação em duas etapas. As duas servem para a ativação da conta e o seu bom uso evita que uma pessoa se aposse de sua conta do WhatsApp.

Por isso, Pablo reiterou a importância de nunca compartilhar o código de seis dígitos que é enviado por SMS e de ativar a verificação em duas etapas, que é opcional e adiciona outra camada de segurança ao solicitar uma senha para a conta ser usada.

Além destas ferramentas, o representante ainda elencou a verificação de contas oficiais, o limite para o encaminhamento de mensagens, diminuindo os spams, a possibilidade de o usuário deixar sua foto de perfil invisível para números desconhecidos e os alertas recebidos quando um número que não está em seus contatos te envia mensagem.

“É um conjunto de medidas de segurança que são fundamentais e que seguimos implementando”, comentou Pablo Bello.

O segundo pilar apresentado pelo diretor chileno foi o combate a comportamentos abusivos e disparos em massa. Segundo ele, em 75% dos casos, a plataforma consegue banir usuários antes mesmo que as contas sejam denunciadas. Pablo afirmou ainda que consegue banir usuários até na etapa de registro.

“Muitas contas são banidas antes mesmo que consigam enviar uma só mensagem, pela forma que foram criadas. Por exemplo, se foi criada e, automaticamente, adiciona 1 milhão de contatos, ela já aparece como suspeita e vai ser suspendida”, disse o diretor.

Por fim, ele enfatizou a importância das campanhas de educação ao usuário que o WhatsApp realiza. Para ele, é essencial que as pessoas tenham pleno conhecimento dos mecanismos de segurança fornecidos pelo aplicativo para que não sejam enganadas por golpistas.

“O esforço da educação aos usuários é permanente e as campanhas que fazemos com as autoridades é fundamental. Teremos o prazer de colaborar com a Alesp e com as autoridades do Estado de São Paulo nesse tipo de campanha, que é contínua, é uma campanha permanente de educação”, completou.

Questionamentos

Ao fim da apresentação, os parlamentares fizeram perguntas ao convidado para obter mais detalhes das ações da empresa. O relator da CPI, Altair Moraes (Republicanos), questionou sobre o grau de confiabilidade da plataforma e se o número de usuários tem caído por conta dos golpes. Pelo contrário, Pablo Bello afirmou que a confiança tem aumentado, já que os usuários estão mais bem informados e o aplicativo mais seguro do que há alguns anos.

Por sua vez, o presidente da Comissão, Itamar Borges (MDB) perguntou sobre o rastreamento e identificação dos criminosos que aplicam golpes pela plataforma. Na resposta, o diretor relatou que a empresa contribui com as investigações policiais e enfatizou a importância de denunciar a conta de golpistas.

“Quando se reporta uma conta, as últimas cinco mensagens vão ao WhatsApp. É a única vez em que recebemos o conteúdo das mensagens e isso pode ser um mecanismo que ajude uma investigação policial”, afirmou.

Notícias relacionadas