Conheça os efeitos do chocolate no cérebro

Notícia publicada em 19 de março de 2024

Além da ativação dos hormônios do bem-estar, alimento promove o aumento da produtividade e da motivação

A Páscoa é um dos momentos mais esperados do ano. As refeições saborosas, a variedade e quantidade de ovos de chocolate enchem os olhos de qualquer pessoa. Há quem aguarde essa época para “enfiar o pé na jaca”, mas alguns estudos sugerem que poucas quantidades de chocolate ao dia fazem bem ao coração. Entretanto, outros órgãos podem se beneficiar da ingestão do doce, como por exemplo, o cérebro.

Estima-se que a semente do cacau tenha mais de 800 compostos químicos. Uma pesquisa realizada em 2020 pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH) revelou que quanto mais escuro o chocolate, mais efeitos benéficos à saúde ele possui. Além disso, comer bombons, barras e ovos de chocolate libera diversos hormônios relacionados ao bem-estar.

“Ao comermos doces em geral, mas especificamente chocolate, o nosso cérebro libera algumas substâncias químicas responsáveis por causar a sensação de bem-estar, felicidade, agitação e até mesmo o aumento da motivação e produtividade. São eles: serotonina, dopamina, teobromina e feniletilamina. Esses quatro hormônios agem juntos, um induzindo o outro, gerando um sentimento prazeroso na pessoa que está comendo o chocolate”, explica José Renato Bauab, neurologista do Hcor.

O açúcar, geralmente, está associado a uma alimentação emocional, como um “alimento de conforto” ante alguma situação chata ou desgastante. É comum que, após um dia estressante ou sentindo dores de cólicas menstruais, a pessoa se reserve o direito de “comer um docinho para melhorar”. A situação também acontece em momentos felizes, em que o chocolate é como um cumprimento, uma felicitação.

“Comer chocolate ou doce esporadicamente, sem sentir a necessidade, não é considerado prejudicial, bem pelo contrário. O cacau, encontrado em larga escala nos chocolates amargos, apresenta flavonoides e antioxidantes que podem combater a oxidação natural das células e contribuir para a melhora do sistema imunológico”, aponta o especialista.

Outros efeitos benéficos para a saúde cerebral são a redução do estresse, aumento do fluxo sanguíneo e diminuição de sintomas depressivos. “É importante ressaltar que o chocolate não cura a depressão e nem muda o estado de espírito da pessoa como um todo, a única coisa que acontece é uma liberação de hormônios do bem-estar que ajudam com a sintomatologia”, reforça Dr. Bauab.

Qualquer chocolate faz bem ao cérebro?

O chocolate amargo é o que possui mais propriedades benéficas ao corpo no geral. Essa diferença ocorre por causa da quantidade de cacau existente em cada tipo, ou seja, quanto maior é a quantidade da fruta, melhores são as respostas do organismo. Segundo o NIH, existem nutrientes específicos do cacau que aumentam a saúde cardiovascular e cerebral, especialmente em pessoas idosas.

“Vale lembrar também que o açúcar pode ser viciante. Chocolates ao leite ou brancos tem uma quantidade de açúcar muito maior que a de cacau, podendo causar um desejo intenso de consumir cada vez mais. Quando o indivíduo sente que precisa comer doce ou que não consegue viver sem, pode ser considerado um vício. Estima-se que o grau de necessidade sentida de comer chocolate pode ser comparado com o de uma pessoa dependente química”, alerta o especialista.

Por isso, o neurologista propõe o desafio nessa Páscoa: procurar produtos com menos açúcares e mais concentração de cacau. Mesmo que o paladar aceite melhor o sabor doce, quando consumido em grande escala, pode causar diversos problemas a longo prazo. “Para uma saúde cerebral mais saudável, temos que saber medir os excessos”, finaliza.




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