Floresta nacional de Capão Bonito é denunciada ao GAEMA e Ministério Público do Estado, por abandono.

Notícia publicada em 13 de setembro de 2018

Denuncia elaborada pelo cidadão de Capão Bonito e engenheiro Florestal Luís Antônio Uchôa que atuou como diretor responsável do então FLONA ,em 1992 a 1995

 

MEIO AMBIENTE EM RISCO – A denuncia vem alertar as autoridades competentes sofre o abandono da Floresta: Trata-se de Unidade de Conservação administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), cujo objetivo é “o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas”. Possui 4.344 hectares localizados em partes dos municípios de Capão Bonito e Buri, no Estado de São Paulo.

Segundo o Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC), do Ministério do Meio Ambiente, a área “Insere-se em área de Tensão Ecológica Savana, Floresta Ombrófila Mista e Floresta Estacional Semidecidual – dados de tese de doutoramento de Bechara em 2006. Os reflorestamentos realizados na Flona totalizam 3.489,39 ha. Estão assim distribuídos: 1.002,00 ha de Araucária angustifolia, 2.402,19 ha de Pinus elliottii, 39,47 ha de Pinus spp e 45,73 ha de experimentos com várias outras espécies florestais nativas e exóticas. Importante ressaltar que a Araucária foi classificada mais recentemente, pela IUCN, como criticamente ameaçada de extinção, demonstrando a importância de banco genético para utilização futura interna e externa, seja em projetos de restauração, seja em projetos de plantios comerciais. Completando a cobertura vegetal, somam-se outros 270 ha de mata ciliar e rico ecossistemas de várzea na porção leste, em paralelo ao rio Apiaí-mirim. A área restante é ocupada por aceiros, estradas, espaço para edificações e áreas de lazer. Ocorrem também retorno natural de rico sub-bosque de vegetação nativa sob as araucárias, com indicação de estágio médio de regeneração. A grande maioria dos talhões de Pinus também possuem sub-bosque de nativas, com retorno em diferentes níveis de recuperação, dependendo das condições de solo, umidade, incidência de luz e outros fatores ambientais. De forma geral, esta FLONA representa um rico ecossistema para as espécies animais e vegetais, pois é a única UC, num raio de aproximadamente 60 Km. Na direção sul dista, em média, de 50 a 60 km do Parque Estadual Intervales e em direção norte-oeste, sentido do rio Paranapanema, dista em média, de 60 a 70 km da Estação Ecológica de Angatuba“.

Denuncia aponta que Floresta corre sérios riscos

Infelizmente todas estas adversidades segundo denuncia elaborada através de um documento ao GAEMA (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente) no âmbito do Ministério Público do Estado de São Paulo, e para os vários órgãos de imprensa, pelo cidadão de Capão Bonito e engenheiro Florestal aposentado, Luís Antônio Cordeiro Uchôa, relata que o Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade, Unidade Federal (Floresta Nacional) esta a caminho de extinção imediata, através de possíveis incêndio, situação que pode vir consumir todo este potencial de vida, pois relatou ele neste documento, que a existência de muitas falhas, entre ela, falta de monitoramento eletrônico para evitar o acesso de caçadores, falta de manutenção no que se refere a projetos ambientais, aceiros externos (20 m) e internos (de 05 a 10 m), entre outros. No documento descreve perfeitamente a preocupação deste cidadão, até porque, Luiz Uchôa tem grandes motivos, pois como engenheiro Florestal, em 1992 a 1995, foi chefe do controle e Fiscalização POCOF de Capão Bonito, cobrindo desde o município de Avaré ao de Iporanga, totalizando 25 municípios e também do escritório Regional do IBAMA, em Capão Bonito, foi também Diretor da FLONA e da FLONA de Irati. Então suas denuncias são mesmo muito preocupantes e baseia-se com toda certeza em profundo conhecimento. Uchoa não só denunciou ao GAEMA (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente) no âmbito do Ministério Público do Estado de São Paulo, más também levou ao conhecimento do prefeito Marco Citadine de Capão Bonito, Omar Chain Prefeito de Buri e ao Comandante do Corpo de Bombeiro de Capão Bonito, Polícia Federal de Itapeva.

O pedido de Luiz Uchoa é bastante claro e sugere que o Poder Público Paulista interfira junto ao setor privado, em regime de exceção, nos cuidados com a floresta, para que se evite um desastre ecológico. Ele aponta no referido documento que na administração PT, Marina Silva, é que começou o desleixo em relação à Floresta Nacional de Capão Bonito.

“Infelizmente esta floresta teve os seus projetos de manutenção contra incêndios florestais abandonados não só isso, mas também regras básicas como manutenção, no caso, por exemplo, dos aceiros externos 20m e os internos de 5 a 10 m, abandonados exatamente nas manutenções previstas, desde 2003 , quando o PT e Dona Marina Silva, Ministra do meio ambiente, assumiram a responsabilidade sobre esta área do Estado”. Relata ele, desabafando ainda que o que causa ainda mais preocupação é relacionado a  sinistro de incendio que pode consumir todo potencial de vida existente lá. Não é só o mau gerenciamento de não se ter investido na manutenção preventiva, resultando na possível perda das varias espécies florestais nativas e exóticas, perdas das espécies da fauna do estado. Temos a cadeia ecológica completa desde pequenos animais até o ápice da cadeia ecológica como os felinos, perda dos experimentos com pesquisa florestal desenvolvido pela EMBRAPA Florestal de Colombo PR que demoraram mais de 20 anos para obter respostas, alguns experimentos ainda em andamento”, enfatiza.

No extensivo documento, ele aponta também o serio problema da falta de vigilância. “A vigilância só existe nas guaritas das entradas de Capão Bonito/Buri e Capão Bonito/Itapeva, por porteiros desarmados e sem comunicação entre elas numa distancia aproximada de 16Km2. A presente divisa dos aceleiro externos estão em duas rodovias, uma vicinal que liga Capão Bonito a Buri e outra Estadual que liga Capão Bonito a Itapeva. A impossibilidade do Bombeiro ou brigadas de combate a incêndios florestais que queiram socorrer a Unidade em caso de sinistro, estarão impossibilitados de chegarem às lagos existente, por cousa da invasão da regeneração natural tanto das espécies exóticas, que agem como invasoras como as nativas…” Aponta.

Preocupação e noites sem sono

Em depoimento ao Jornal Via Mão o Engenheiro aposentado, Luiz Uchôa lembrou as últimas  tragédias que devastou a Grécia e vários países do Norte da Europa , lembrou ainda da situação enfrentada por Portugal, na Suécia  com queimadas de 25 mil hectares de florestas, tudo isso vinha lhe atormentando o “juízo” : Imagina isso acontecendo aqui? Com  estas preocupações  Uchoa  vinha perdendo noites de sono . “Esta preocupação vinha me tirando noites de sono, eu como conhecedor de toda esta nossa magnitude ecológica, não poderia omitir, pois vendo tudo acontecendo diante dos meus olhos, eu tinha que fazer algo. Sinto-me mais aliviado, fiz o que deveria ter feito. Agora cabe às autoridades competentes fazer a parte que lhes cabe, pois trata-se patrimônio humano.” Desabafou o engenheiro, lembrando ainda que se caso venha acontecer algum  incêndio florestal na FLONA de Capão Bonito os responsáveis por este crime ambiental já foram comunicados… Como engenheiro e acima de tudo como Cidadão, claro que me preocupo com possível  perda deste patrimônio da União, mas o que mais me preocupa ainda são os seres vivos desta unidade Florestal, desde micro organismo existentes a mais exuberante Araucária angustifólia ou uma linda onças suçuarana, todas estas espécie de vida exposta nesta situação perigo eminente, acreditamos que sejam comparáveis a “seres Humanos”. Finalizou ele, emocionado.

História

Criada originalmente com a denominação Parque Florestal Getúlio Vargas, em 1.944, foi durante muito tempo administrada pelo IBAMA. No Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC), porém, consta que a unidade foi criada através da Portaria 558, de 25 de outubro de 1.968, data em que, provavelmente, foi transformada em FLONA. Consta, segundo informe da Secretaria de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, que “originalmente havia uma vegetação de cerrado e floresta ombrófila densa. Abatida à mata primária, surgiu à capoeira, com variedade de espécies arbustivas, subarbustivas e herbáceas que cresce quando o solo é degradado, sobretudo por queimadas. A vegetação atual é representada por algumas espécies como sapé, samambaia, rabo de burro, carqueja e barba de bode, e pelos reflorestamentos realizados desde a formação dessa floresta nacional. Hoje totaliza 3.615,10 Há, entre pinus, araucária, imbúia, ipê e experimentos diversos”. Hoje tra-se de Unidade de Conservação administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Rio de Janeiro

Última Hora

Vindo ao encontro sobre questão do estado de abandono do FLONA , recebemos de ultima hora a noticia que o Flona foi alvo de desocupados que invadiram o local , entrando no o escritório principal, levando pertence , como notebook e outros.








 




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