Mexicano Benjamin Ortiz Espejel, especialista em ecologia veio diretamente do México proferir sobre as adversidades das sementes
A cidade de Ribeirão Grande – Sp, sediou no último dia 10/04 a 1ª Feira De Trocas de Sementes Crioulas da Região que inclusive recebeu visitantes de vários lugares. Com o intuito de valorizar o patrimônio Biocultural e as comunidades locais o evento foi organizado pela coordenadoria de turismo de Ribeirão Grande além de órgãos como o instituto agronômico, e a Unicamp, onde a mesma teve parceria com a universidade CIESA, do México que trouxe o principal palestrante do dia; Benjamin Ortiz Espejel, engenheiro agrônomo, especialista em ecologia, meio ambiente, desenvolvimento sustentável, pensamento sistemático e mudanças climáticas, além de ser fundador do (CONACYT) Etnoecologia y Patrimônio Biocultural de México. A feira faz parte do calendário de aniversário da cidade, sendo organizado pela pesquisadora Drª Cristina Fachini e pela coordenadora Sônia Araújo.
A Abertura do evento deu-se com a participação da Escola Municipal de Ensino Fundamental Dona Maria Francisca Ferreira, bairro Ferreira dos Matos que trouxe alunos do 4ºAno que se apresentaram cantando através de comunicação em Libras, regido pela professora Luana, e Apresentação da dança da Palminha, alunos coordenados pela professora Anésia, momento que aprumou o encontro. O evento teve como carro chefe as trocas de sementes crioulas, que por definição são sementes tradicionais, ou seja, elas foram mantidas e selecionadas por várias décadas através dos agricultores tradicionais (agricultura familiar), estas sementes guardam em si a riqueza natural das nossas terras, e por consequência devem ser preservadas e disseminadas. Diversos agricultores locais, puderam mostrar, doar e até vender suas sementes (milho, feijão,arroz) e outros produtos que de geração em geração são passados a eles e enriquece ainda mais a cultura local.
O ápice da feira foi a palestra de Benjamin, que fez uma análise dos alimentos base do seu povo e como são parecidos conosco, principalmente na culinária rica em milho, a manejo do cultivo e principalmente a diversidade cultural. O palestrante dividiu sua apresentação em cinco partes; milho, pimenta, feijão e abóbora, para finalizar ele explicou como funciona o cultivo da “MIRPA”, que consiste no plantio do milho, feijão e abóbora no mesmo espaço, se coexistindo, assim, se houver perda devido a pragas, você ainda terá outros alimentos para subsistência, e isso influenciou bastante no modo de viver dos mexicanos, principalmente no que se diz respeito a culinária, segundo o professor esta mesma técnica era utilizado aqui na região de Ribeirão Grande o que nos mostra uma identidade cultural significativa com os mexicanos mesmo com uma distância de mais de 6.000 mil quilômetros.
A Feira é uma iniciativa importante para a manutenção cultural da nossa região, além da conscientização da importância das sementes caipiras que ainda guardam seu material genético riquíssimo e propiciam uma alimentação muito mais saudável.
Por Mauricio Vaz
Estagiário