Deputado bolsonarista xinga papa e arcebispo de Aparecida em discurso na Alesp
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou nesta segunda-feira (21) o relatório final da deputada estadual Marina Helou (Rede Sustentabilidade) que pede a suspensão por três meses do mandato do deputado estadual Frederico D’Ávila (PSL), por ataques e discursos de ódio ao arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, e ao papa Francisco no dia 14 de outubro de 2021. O resultado do relatório será encaminhado à Mesa Diretora da Alesp para votação em Plenário.
“A ofensa do deputado Frederico não foi apenas ao Papa, mas a todos os católicos, além de legitimar outras formas de agressão. A Alesp não pode compactuar com isso. Liberdade de expressão não pode ser confundida com intolerância e ataques à democracia”, afirma a deputada Marina Helou.
No ano passado, o Conselho recebeu pelo menos quatro representações contra o parlamentar do PSL, protocoladas por seis diferentes deputados estaduais e uma carta da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), entregue à presidência da Casa, cobrando punição ao deputado.
resultado da decisão do Conselho de Ética será encaminhado para a Mesa Diretora da Alesp, que vai transformar o relatório em projeto de lei para que os 94 deputados da casa votem se concordam ou não com a pena.
Para que Frederico D’Ávila (PSL) seja realmente afastado do cargo, é preciso maioria simples – o mínimo de 48 votos a favor em plenário.
NOTA
Em nota, Frederico D’Ávila disse que o resultado foi “eminentemente político”. “Não levou em consideração o pedido de desculpas feito por escrito e pela tribuna da Assembleia apenas 4 dias após o ocorrido”.
“Aqui [na Alesp] já teve deputada recitando poema repleto de palavrões, deputados que foram às vias de fato no plenário, deputado acusando o outro de ser ‘funcionário’ de determinado líder religioso, mas isso tudo foi relevado pelo Conselho. Isso mostra que a pré-candidatura do Presidente Bolsonaro e do Ministro Tarcísio estão incomodando as hostes tucanas e petistas”, completa o deputado.
Por ouro lado, ao jornal VIA MÃO a deputada argumenta dizendo que houve intolerância religiosa e quebra de decoro parlamentar. ‘Não há nenhuma decisão baseada em questão política ou partidária. É um caso evidente de ataque, dentro do Plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo, e que não pode ser acobertada. Minha expectativa é que todos os parlamentares da Casa analisem e votem de acordo com os fatos. Imunidade parlamentar e liberdade de expressão não é vale tudo, principalmente quando ela gera mais violência ou ofende um grupo indeterminado de pessoas. É necessário traçar uma risca no chão, deixando evidente que ataques à democracia não podem ser aceitos”. Finaliza ,ela.