Percentual compara registros de 2018 a 2023; Sudoeste Paulista conta hoje com 368 MEIs no setor
O comércio de marmitas está em alta no Sudoeste Paulista. Pesquisa do Sebrae-SP mostra que o número de pequenos negócios voltados ao fornecimento desse tipo de produto passou de 92 em 2018 para 413 em 2023, um aumento médio de 348%. Este ano a tendência continua: até março (dados mais recentes), já são 415 empreendimentos do tipo.
Dividida em 21 municípios, a regional do Sudoeste Paulista registrou até março de 2024, 368 microempreendedores individuais (MEI), 45 microempresas (ME) e duas empresas de pequeno porte (EPP). Um número considerável para o setor, que tem crescido principalmente pela praticidade e economia de tempo, segundo a pesquisa.
A correria cotidiana, o pouco horário de almoço e a preguiça de cozinhar apenas para si, fez com que a professora Stefanie Almeida, se tornasse adepta às marmitas diariamente. “Eu peço marmitex pelo delivery todos os dias. A principal causa é a falta de tempo, mas também tem a prerrogativa de morar sozinha e neste caso, cozinhar apenas para mim não compensa. Desta forma, economizo com supermercado e ainda não preciso lavar uma pilha de louça”, confessa.
Nota-se um maior crescimento neste tipo de negócio durante a pandemia. Em 2018 eram 92 marmitarias, passando para 127 em 2019, 221 em 2020 e 337 em 2021. Entretanto, o índice de pequenos negócios no setor vem aumentando gradativamente. Alguns municípios da região se destacam. Em 2018, Apiaí registrava oito negócios. Até março deste ano já são 24. Buri contava com oito negócios e agora são 27; Capão Bonito saltou de 14 para 67; Guapira de dois para 15; Itapeva de 19 para 122; Itaporanga de zero para 20 e Itararé de 15 para 55.
Em todo o estado, a pesquisa mostra que o número de pequenos negócios voltados ao fornecimento desse tipo de produto passou de 13.114 em 2018 para 97.270 ao final de 2023. O crescimento representa a criação de 84.156 empreendimentos no período, um aumento médio anual de 49%.
O levantamento verificou também as preferências do consumidor. Neste sentido, as refeições mais procuradas em marmitas são os pratos tradicionais, mencionados por 73% dos entrevistados. Os alimentos saudáveis vêm em segundo lugar, com 61% das citações, e 56% optam por refeições de culinária específica ou internacional.
Como complemento do pedido, 73% dos consumidores disseram pedir bebidas como água suco, refrigerantes e vitaminas; 18% optam por sobremesas como frutas e doces e 14% incluem saladas e pães.
A maior parte dos consumidores, isto é, 63%, gasta, em média, entre R$ 20 e R$ 30 por refeição, O pagamento de 89% é feito via PIX; 68% com vale-alimentação e 54% com cartão de crédito.
“A alimentação fora do lar movimenta R$ 60 bilhões por ano no Estado de São Paulo e envolve 436 mil pequenos negócios, entre eles os que fornecem marmitas. Para quem pretende empreender ou já está no ramo, conhecer as preferências e o comportamento do consumidor é fundamental para ajustar sua atuação e ter um melhor desempenho nesse mercado que, por sinal, é bem concorrido”, afirma a coordenadora de pesquisa da Unidade Gestão Estratégica do Sebrae-SP, Carolina Fabris.
Cerca de metade dos consumidores (49%) afirmou consumir marmitas de duas a três vezes por semana e a sexta-feira é o dia de maior demanda, com 70% das respostas dos entrevistados. O segundo dia com maior procura por marmita é o sábado (54%), seguido da quinta-feira (51%).
O pedido costuma ser feito principalmente por meio de aplicativos de entrega (82%) e restaurantes (79%). Os sites especializados em marmitas recebem 28% das solicitações.
A motivação para pedir vem em primeiro lugar pela praticidade e economia de tempo, segundo 77% dos entrevistados; 45% afirmaram ter essa opção para evitar desperdício.
Números do Sudoeste Paulista
De acordo com informações do Sebrae-SP, a partir do DataMPE, com base em dados da Receita Federal, os números de pequenos negócios no mercado de fornecimento de alimentos preparados para consumo domiciliar no Sudoeste Paulista, até março deste ano são:
Já a evolução do número de pequenos negócios até março deste ano é:
Metodologia
A pesquisa foi feita com 400 pessoas do Estado de São Paulo, com 18 anos ou mais, por e-mail. A amostra é proporcional à população por localidade, o que inclui o município de São Paulo, demais cidades da região metropolitana de São Paulo e interior, faixa etária e classe econômica, considerando as projeções de população do IBGE para 2020 e a população por classe de consumo, conforme o IPC Maps 2020 (IPC Marketing Editora).