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21 de fevereiro – dia do imigrante italiano

Quase 150 anos depois, relação entre brasileiros e italianos continua intensa O Brasil celebra oficialmente na próxima segunda-feira, 21 de...

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Quase 150 anos depois, relação entre brasileiros e italianos continua intensa

O Brasil celebra oficialmente na próxima segunda-feira, 21 de fevereiro, o Dia Nacional do Imigrante Italiano, homenagem instituída em 2008 para reverenciar o maior fluxo migratório de estrangeiros já registrado na história do país. Estima-se que o Brasil conta hoje com cerca de 30 milhões de descendentes italianos. Os traços do país europeu estão incorporados à cultura brasileira, seja na culinária, nas artes, na religiosidade, nos costumes ou mesmo no vocabulário.

A data foi escolhida para relembrar a chegada no navio La Sofia em Vitória (ES), em 21 de fevereiro de 1874, que marca o início do processo de migração em massa de italianos para o Brasil. A chamada Expedição Tabacchi partiu do porto de Gênova e levou ao Espírito Santo italianos do Trentino. Depois disso, o fluxo de italianos para o Brasil foi mantido por décadas.

A proximidade entre as duas nações, iniciada há cerca de 150 anos com o fluxo migratório, continua intensa até hoje. É cada vez mais comum os descendentes de italianos fazerem o caminho de volta e tentarem uma vida melhor na Europa. Os dados mais recentes divulgados pelo Ministério das Relações Exteriores mostram que o número de brasileiros morando na Itália quase dobrou entre 2018 e 2020, passando de 85,7 mil para 161 mil.

Esse novo fluxo também é sentido pela empresa Ser Italiano, que tem sede no Vêneto (Itália) e filial em Sorocaba/SP. A empresa assessora brasileiros a conquistarem a cidadania italiana e viu aumentar a procura pelo serviço nos últimos anos. A fundadora e proprietária do Ser Italiano, a sorocabana Patrícia Mora, que reside na Itália há 11 anos, afirma que é crescente a procura pela dupla cidadania. “As pessoas querem resgatar as suas origens e buscam as oportunidades que o passaporte europeu oferece”, diz Patrícia.

A profunda relação entre Brasil e Itália é sentida também no crescimento do turismo genealógico, uma modalidade em que a pessoa viaja para o local de origem de seus antepassados. Patrícia Mora conta que na Itália esse segmento aumentou muito e para ela é um grande prazer ajudar os brasileiros a reencontrarem suas raízes. “Eu vejo a emoção das pessoas em estar na cidade, ver a casa onde os bisavós, trisavós moraram. Eu me emociono com eles.”

A imigração italiana no Brasil ocorreu por décadas, mas teve seu auge entre 1880 e 1930. Esses imigrantes se fixaram principalmente nos estados do Sul e Sudeste, deixando marcas profundas e que são sentidas até hoje. Eles trouxeram novas técnicas agrícolas e ajudaram no desenvolvimento industrial do país. O aspecto cultural também se destacou, com a troca de valores e costumes. Uma bela macarronada aos domingos, a devoção a muitos santos e até o nosso tchau (ciao em italiano) são heranças dessa imigração.

fundadora e proprietária do Ser Italiano, a sorocabana Patrícia Mora
fundadora e proprietária do Ser Italiano, a sorocabana Patrícia Mora

Patrícia Mora e sua empresa são exemplos do intercâmbio entre os dois países. O Ser Italiano tem sede na Itália, e filial em Sorocaba há quatro anos. Em 2021, inaugurou seu novo escritório no bairro Campolim, que é um verdadeiro pedacinho da Itália no Brasil. O escritório foi totalmente ambientado no país europeu e conta também com acervo pessoal do bisavô da Patrícia, o imigrante italiano Giovanni Mora. Até a tesoura utilizada por ele, que era alfaiate, faz parte desse acervo. “Construir um pedacinho da Itália aqui em Sorocaba, e ainda com essas lembranças familiares, é muito valioso para mim”, afirma.

 

 

 

Museu da Imigração em SP: uma viagem no tempo

O Museu da Imigração do Estado de São Paulo proporciona uma verdadeira viagem no tempo. Localizado na capital paulista, ele preserva a história das pessoas que chegaram ao Brasil por meio da Hospedaria de Imigrantes do Brás. Exposições de longa duração e temporárias, acervos e serviços de pesquisas (que podem ser feitas de formas presencial e virtual) estão entre as suas principais atrações.

A história do Museu da Imigração tem como ponto de partida o projeto da Hospedaria de Imigrantes do Brás. Após as primeiras leis abolicionistas, a imigração tornou-se uma saída para suprir a falta de mão de obra barata. Soma-se a esse contexto a situação de miséria e fome na Europa no fim do século 19 e início do 20.

Assim, o Brasil, e mais notadamente São Paulo, principal produtor de café, desenvolveram políticas de imigração, nas quais se insere o sistema de hospedarias, criadas para acolher imigrantes que vinham trabalhar nas lavouras e no início da indústria.

A do Brás funcionou de 1887 a 1978. Em seus 91 anos de funcionamento, a hospedaria abrigou cerca de 2,5 milhões de pessoas de mais de 70 nacionalidades, origens e etnias.

Hoje, o Museu da Imigração, que fica na rua Visconde de Parnaíba, 1.316, na Mooca, atende seus visitantes de terça a sábado, das 9h às 18h, e aos domingos, das 10h às 18h. É preciso apresentar o comprovante de vacinação (digital ou físico).

Pelo site (museudaimigracao.org.br), o visitante pode conhecer um pouco mais do museu, visitar exposições virtuais e ter acesso a informações valiosas, como por exemplo, cartografias, registros de matrícula na hospedaria, jornais da época e listas de bordo dos navios com os nomes dos imigrantes que chegavam ao Brasil. (Fonte: Museu da Imigração do Estado de São Paulo)

Por Armando Rucci Filho / Ser Italiano
Crédito da foto: Museu da Imigração

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